sábado, 31 de julho de 2010

FHC, COMO SÓ ELE SABE SER - ARTIGO

Cara ou coroa?, por Fernando Henrique Cardoso*

Em pouco mais de dois meses escolheremos o próximo presidente. Tempo mais do que suficiente para um balanço da situação e, sobretudo, para assumirmos a responsabilidade pela escolha que faremos. É inegável que a popularidade de Lula e a sensação de dinheiro no bolso, materializada no aumento do consumo, podem dar aos eleitores a sensação de que é melhor ficar com o conhecido do que mudar para o incerto.

Mas o que realmente se conhece? Que nos últimos 20 anos melhorou a vida das pessoas no Brasil, com a abertura da economia, com a estabilidade da moeda trazida pelo Plano Real, com o fim dos monopólios estatais e com as políticas de distribuição de renda simbolizadas pelas bolsas. Foi nessa moldura que Lula pregou sua imagem. Arengador de méritos, independentemente do que diga (quase nada diz, mas toca em almas ansiosas por atenção), vem conseguindo confundir a opinião, como se antes dele nada houvesse e depois dele, se não houver a continuidade presumida com a eleição de sua candidata, haverá retrocesso.

Terá êxito a estratégia? Por enquanto o que chama a atenção é a disposição de bem menos da metade do eleitorado em votar no governo, enquanto a votação oposicionista se mantém consistente próxima da metade. Essa obstinação, a despeito da pressão governamental, impressiona mais do que o fato de Lula ter transferido para sua candidata 35% a 40% dos votos. Assim como impressiona que o apoio aos candidatos não esteja dividido por classes de renda, mas por regiões: pobres do Sul e do Sudeste tendem a votar mais em Serra, assim como ricos do Norte e do Nordeste, em Dilma. O empate, depois de praticamente dois anos de campanha oficial em favor da candidata governista, tem sabor de vitória para a oposição. É como se a lábia presidencial tivesse alcançado um teto. De agora para frente, a voz deverá ser a de quem o país nunca ouviu, a da candidata. Pode surpreender? Sempre é possível. Mas pelos balbucios escutados falta muito para convencer: falta história nacional, falta clareza nas posições; dá a impressão de que a palavra saiu de um manequim que não tem opiniões fortes sobre os temas e diz, meio desajeitadamente, o que os auditórios querem ouvir.

Não terá sido esta também a técnica de Lula? Até certo ponto, pois este quando esbraveja ou quando se aferra pouco à verdade, o faz “autenticamente”: sente-se que pode assumir qualquer posição porque em princípio nunca teve posição alguma. Dito em suas próprias palavras: “Sou uma metamorfose ambulante”. Ora, o caso da candidata do PT é o oposto (esta é, aliás, sua virtude). Tem opiniões firmes, com as quais podemos ou não concordar, mas ela luta pelo que crê. Este é também seu dilema: ou diz o que crê e possivelmente perde eleitores por seu compromisso com uma visão centralizadora e burocrática da economia e da sociedade, ou se metamorfoseia e vira personagem de marqueteiro, pouco convincente.

Não obstante, muitos comentaristas, como recentemente um punhado de brazilianists, quando perguntados sobre as diferenças entre as duas candidaturas, pensam que há mais convergências do que discrepâncias entre os candidatos. Será? As comparações feitas, fundadas ou não, apontam mais para o lado psicológico. O que está em jogo, entretanto, é muito mais do que a diferença ou semelhança de personalidades. O quadro fica confundido com a discussão deslocada do plano político para o pessoal e, pior, quando se aceita a confusão a que me referi inicialmente entre a situação de desafogo e bem-estar que o país vive e Lula, que dela se apossou como se fosse obra exclusiva sua. Se tudo converge nos objetivos e se estamos vivendo um bom momento na economia, podem pensar alguns, melhor não trocar o certo pelo duvidoso. Só que o certo foi uma situação herdada, que embora aperfeiçoada, tem a marca original do fabricante e o duvidoso é a disposição da herdeira eleitoral de continuar a se inspirar na matriz originária. O candidato da oposição, este sim, traz consigo a marca de origem: ajudou a construir a estabilidade, a melhorar as políticas sociais e a promover o progresso econômico.

Não nos iludamos. O voto decidirá entre dois modelos de sociedade. Um mais centralizador e burocrático, outro mais competitivo e meritocrático. No geral, ambos oponentes levarão adiante o capitalismo. Estamos longe dos dias em que o PT e sua candidata sonhavam com o que Lula nunca sonhou: o controle social dos meios de produção e uma sociedade socialista. Mas estamos mais perto do que parece de concretizar o que vem sendo esboçado neste segundo mandato petista: mais controle do estado pelo partido, mais burocratização e corporativismo na economia, mais apostas em controles não democráticos, além de maior aproximação com governos autoritários, revestidos de retórica popular.

A escolha a ser feita é, portanto, decisiva. Como tudo indica, o teatro eleitoral se está organizando para esconder o que verdadeiramente está em discussão. Há muita gente nas elites (vilipendiadas pelo lulismo nos comícios, mas amada pelos governantes e beneficiada por suas decisões econômico-financeiras) aceitando confortavelmente a tese de que tanto dá como tanto deu. Dê cara ou dê coroa, sempre haverá “um cara” para desapertar os sapatos. Ledo engano. Há diferenças essenciais entre as duas candidaturas polares. Feitas as apostas e jogado o jogo, será tarde para choramingar, “ah, eu nunca imaginei isso”. Melhor que cada um trate de aprofundar as razões e consequências de seu voto e escolha um ou outro lado. Há argumentos para defender qualquer dos dois. Mas que não são a mesma coisa, não são. E não porque num governo haverá fartura e noutro escassez, para pobres ou ricos. E sim porque num haverá mais transparência e liberdade que noutro. Menos controle policialesco, menos ingerência de forças partidário-sindicais. E menos corrupção, que mais do que um propósito é uma consequência.

*Ex-presidente da República

sexta-feira, 30 de julho de 2010

AUGUSTO NUNES, IMPECÁVEL

Até na morte por apedrejamento o Irã consegue ser mais brutal com as mulheres. Os homens, enterrados até a cintura, ficam com os braços livres para proteger o rosto. Nem isso será permitido a Sakineh Mohammadi Ashtiani, viúva de 43 anos, já punida com 99 chibatadas e agora à espera do ritual instituído em 1983 pela revolução dos aiatolás. O Código Penal determina que as mulheres sejam enterradas até a altura do busto, com as mãos amarradas por cordas e o corpo envolvido por um tecido.

Não podem sequer defender-se das pedras atiradas a curta distância sob o olhar da multidão reunida na praça. O grupo de executores, liderado pelo juiz que assinou a sentença, inclui os jurados que aprovaram a condenação, parentes da vítima, e figurões da comunidade e voluntários anônimos. Todos são homens: no Irã, mulheres não apedrejam; só podem ser apedrejadas. Para que a plateia não se frustre com mortes rápidas, as pedras que circundam o alvo são pequenas. O juiz atira a primeira. A agonia que se encerra com o traumatismo craniano não dura menos que uma hora.

Tanto pelo espetáculo da perversidade primitiva quanto pela ausência de motivos para a condenação, o caso de Sakineh provocou uma intensa mobilização na internet. Como em quase todos os países, multidões de brasileiros tentam impedir a consumação da brutalidade. Alguém teve a ideia de lançar a campanha “Liga, Lula”, inspirada na convicção de que Mahmoud Ahmadinejad não se negaria a atender a um pedido de clemência formulado pelo amigo brasileiro.

Lula também acha que ouviria um sim. Mas não vai ligar. Caso ligasse, não iria além de reparos em tom amistoso ao método escolhido para o assassinato. “Eu, sinceramente, não acho que nenhuma mulher deveria ser apedrejada por conta de… ter, sabe, traição”, gaguejou nesta quarta-feira. Adultério – ou “traição”, prefere Lula – não chega a ser um crime hediondo. Estariam de bom tamanho a cadeira elétrica, uma injeção letal, a câmara de gás, até mesmo a forca. Matar a pedradas pode parecer exagero, diria na conversa telefônica.

Mas a conversa não haverá, sublinhou a continuação da discurseira. “Um presidente da República não pode ficar na internet atendendo tudo que alguém pede de outro país”, justificou-se. “Veja, eu pedi pela francesa e pelos americanos que estão lá, pedi para a Indonésia por um brasileiro, pedi para a Síria por quatro. É preciso cuidado, porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras, as pessoas, sabe… Se começam a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, vira uma avacalhação”.

Avacalhar significa desmoralizar, ridicularizar, tratar desleixadamente, não levar a sério. Não combina com a história de Sakineh. Mas a expressão usada pelo campeão da vulgaridade se ajusta admiravelmente ao próprio governo: é uma avacalhação. O verbo é conjugado o tempo todo há sete anos e meio.E frequenta com especial assiduidade o palavrório dos condutores da política externa.

Lula se desmoraliza ao tratar como problema político uma causa humanitária. Para defender o parceiro, age como ajudante de carrasco. Não pode ser levado a sério alguém incapaz de compreender que os direitos humanos prevalecem sobre todas as leis ou regras. Lula encara dramas com desleixo e participa de chanchadas com muita aplicação. É ridícula, enfim, a argumentação invocada para mascarar a verdade escancarada: para recusar ou endossar pedidos, para estuprar ou tratar respeitosamente normas legais, Lula compõe um hino à avacalhação. O que importa é a conveniência eleitoreira, o parentesco ideológico, a cumplicidade mafiosa.

Fidel Castro, por exemplo, emplacou três pedidos em três anos. Foi para atender ao ditador-de-adidas que o presidente autorizou a deportação dos pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, fez que não leu a carta da blogueira Yoani Sanchez e acusou o preso político Orlando Zapata de se se deixar morrer no 85° dia da greve de fome. Hugo Chávez emplaca todos, até os que chegam ao som da lira do delírio. Foi para agradar ao bolívar-de-hospício, por exemplo, que Lula violentou as leis de Honduras e transformou em pensão a embaixada brasileira. É para ajudar o comparsa venezuelano que hostiliza o governo colombiano e afaga as FARC.

Para eleger Dilma Rousseff, virou colecionador de crimes eleitorais. Para fechar negócio com José Sarney, transformou-o em homem incomum. Para chegar à presidência, exigiu que os corruptos fossem justiçados. Para consolidar-se no poder, promoveu-os a amigos de infância. No momento em que se recusou a estender a mão a Sakineh, em respeito às leis do Irã, estava ajudando Hugo Chávez a desrespeitar as leis da Colômbia. Enquanto adulava os narcoterroristas das FARC, o ministro Celso Amorim tentava estuprar a legislação israelense que proíbe a entrada na Faixa de Gaza de autoridades estrangeiras que podem ser utilizadas pelo Hamas como peças de propaganda.

Lula acha que uma brasileira merece a Presidência sobretudo por ser mulher. Mas não acha que merece misericórdia uma iraniana que só foi condenada à morte por apedrejamento porque é mulher. Lula anda chorando quando lembra que a longa temporada no poder está chegando ao fim. Não se comove com a iraniana angustiada com a aproximação do fim terrível. O candidato sem chances ao Nobel da Paz nem sabe o que é um humanista. Desde sempre fez a opção preferencial pelos pastores da violência. Dilma Rousseff acha que todas as mulheres devem apoiá-la porque é mulher. Não deu um pio sobre a saga da iraniana que vai morrer por ser mulher. Lula só pensa em Lula. Dilma não consegue pensar.

Como Sakineh, o Brasil merece e precisa ser salvo. A mulher iraniana depende da solidariedade internacional para livrar-se do horror. O país só depende da sensatez dos brasileiros. AQUI

terça-feira, 20 de julho de 2010

ONDE ESTÁ A NEGAÇÃO PEREMPTÓRIA?

O Brasil inteiro espera que o PT pare de lenga lenga e nhemnhemnhem para dar uma resposta objetiva ao país, declarando, com todas as letras:

1. que o partido ou seus integrantes nunca tiveram relacões com as FARC;
2. que o Emir Sader, suplente do Lindbergh Farias para o Senado, nunca teve ligação com as FARC, inclusive como editor de revista ligada à guerrilha;
3. que o Valter Pomar e o Marco Aurélio Garcia nunca sentaram na mesma mesa com as FARC, no Foro de São Paulo;
4. que a Dilma Rousseff não autorizou a contratação da esposa de um integrante das FARC para trabalhar dentro do Palácio do Planalto;
5. que o Hugo Chávez não declarou que conheceu Lula no mesmo evento do Foro de São Paulo em que conheceu Raul Reyes, um dos maiores comandantes das FARC.
6. que as FARC não participaram desde o início do Foro de São Paulo, fundado por Lula a pedido de Fidel Castro.

Ficar chamando adversário de "desqualificado", "idiota", " despreparado" e outras cositas más não adianta. Tem que vir a público e negar veementemente que o PT nunca teve relações com as FARC. Já passaram 48 horas e a única coisa que se ouve são ameaças vazias, derrubadas pela exceção da verdade.
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domingo, 18 de julho de 2010

DESCONSTRUINDO A MENTIRA DO ENSINO TÉCNICO COM DADOS DE UM MINISTÉRIO… PETISTA! OU, AS OBRAS-FANTASMAS

Tenho escrito aqui que as divergências ideológicas, que costumam resultar em abismos de opinião, são legítimas. Não posso querer que um petista veja o mundo como vejo. Eles tampouco podem esperar de mim que condescenda com seu ponto de vista. Até aí… Mas isso não significa que a verdade tenha morrido. Se o governo federal entregou 100 mil casas em vez do um milhão prometido, a diferença ideológica é irrelevante: não é porque eu repudio o pensamento dessa gente que um milhão se transformou em 100 mil. Isso é apenas matéria de fato. Não é a minha diferença ideológica com o PT que os faz mentir. É sua vocação. Não tenho nada com isso.

O mesmo se diga em relação ao ensino técnico. Como se nota no post abaixo, Dilma realmente não sabe do que está falando, e isso independe do que eu pense do PT. A Lei 9649, a que ela deve estar se referindo, propunha justamente a parceria, que é o correto. De todo modo, seus números são fantasiosos. São Paulo tem mais da metade dos estudantes de ensino técnico do país.

DADOS DO PRÓPRIO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, COMANDADO PELO PT, DEMONSTRAM QUE, em 2003, havia 79 mil vagas dessa modalidade na esfera federal e 78 mil nas escolas estaduais de São Paulo. Pois bem: em 2009, o Estado contava com 123 mil alunos nas escolas técnicas, contra apenas 87 mil no ensino federal: houve uma expansão, no estado, de 58%; no resto do país, de apenas 9%.

Como a mentira tem perna curta e como Dilma vai lendo dados sem se dar conta do que está falando, afirma que, entre 2003 e 2010, serão construídas 214 escolas técnicas, certo? Mas aí informa: até agora, existem 140. Entendo: nos próximos cinco meses, serão erguidas, então, mais 74. Vejam que fabuloso: teria restado para os últimos cinco meses nada menos de 34% do previsto para 96 meses. Ainda que fosse verdade, seria uma evidência da enorme capacidade de planejamento do governo…

É a mesma mágica feita com o tal “Minha Casa, Minha Vida”. O governo dá por realizado aquele 1 milhão de casas e já fala em mais e milhões no PAC 2. Até agora, foram entregues apenas 100 mil. Talvez as outra 900 mil fiquem para estes últimos cinco meses, no mesmo lote em que se entregarão as escolas técnicas… Tenha paciência!

Não é apenas o trem-bala que é fantasma. Também temos as casas-fantasmas e as escolas-fantasmas.
Por Reinaldo Azevedo

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EDITORIAL DO ESTADÃO DE SÃO PAULO! BRAVO!!!

Leiam editorial do Estadão:
A política do vale-tudo adotada pelo governo para eleger a candidata do chefe, a ex-ministra Dilma Rousseff, desafia a Justiça Eleitoral, a imprensa independente, a sociedade organizada e todos aqueles que sabem que não basta o voto livre, secreto, universal e devidamente contabilizado para assegurar a integridade do mais importante rito da democracia.

A garantia da chamada lisura do pleito e o ideal da igualdade das oportunidades eleitorais exigem desde muito antes da ida às urnas a ativação de tantos contrapesos quantos concebíveis dentro da lei e da ética pública à decisão do presidente Lula de perverter a administração federal em instrumento de campanha de sua escolhida. Já seria demais se fosse apenas ele, “nas horas vagas”, o arrimo de Dilma.

Na realidade, Lula lidera o mais desenvolto processo de captura do governo central para fins eleitorais de que se tem memória no Brasil desde o tempo das eleições a bico de pena. Nesta semana, a ponta do iceberg foi a desfaçatez do presidente em fazer propaganda da ex-ministra duas vezes seguidas — primeiro, em um evento oficial na sede do governo; depois, ao tornar a louvá-la no mesmo momento em que dizia se desculpar pelo ilícito da véspera.

Num dia, aparece o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, afirmando que só em 120 dias — não antes do primeiro turno, portanto — divulgará as conclusões da sindicância interna sobre a violação do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, com o mais do que provável intento de descobrir munição para alvejar a candidatura José Serra.

No outro dia, fica-se sabendo, em reportagem de Christiane Samarco e Leandro Colon publicada neste jornal, que o governo contrabandeou para dentro de um kit com materiais de defesa do voto em mulheres um discurso de 6 páginas de Dilma. O conjunto, com 3 mil livros, 20 mil cartazes e 215 mil cartilhas, foi produzido e distribuído pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República.

O conjunto foi elaborado em 2008 e 2009, mas só foi impresso em maio último, aparentemente por atraso na liberação dos recursos. O custo total foi da ordem de R$ 70 mil, bancado por um convênio com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Dilma está presente no livro Mais Mulher no Poder: uma questão da democracia & Pesquisa Mulheres na Política com uma palestra que proferiu no ano passado em um seminário.

No texto publicado, a então ministra lembra a sua participação no combate ao regime militar e descreve a sua trajetória no governo, destacando o fato de ter sido a primeira mulher a ocupar a Casa Civil. A primeira reação da Secretaria foi negar qualquer intuito de promover Dilma. Mas em 2009 Lula já estava em campanha aberta por sua apadrinhada. E vinha de dois anos antes a informação de que ele a escolhera candidata.

A revelação de mais esse episódio de uso eleitoral da máquina administrativa acendeu o sinal vermelho no comitê da candidata. Com o jornal nas bancas, o assessor jurídico da campanha, Márcio Silva, apressou-se a procurar o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, para prevenir o risco de um processo por abuso de poder econômico. Chegaram a pensar em recolher os kits incriminadores. Depois de consultar o Planalto, resolveu-se parar com a distribuição do material.

“Acabou, não tem mais”, disse Márcio Silva. Por via das dúvidas, opinou que “o material não é propaganda eleitoral”. Não é bem assim. Em primeiro lugar, só acabou porque a operação se tornou pública. Segundo, se não se trata de propaganda, por que a outra presidenciável, Marina Silva, do PV — que também foi ministra —, não foi chamada a contribuir para o livro ou a cartilha?

Por último, não se pode dissociar da campanha legítima pela maior participação da mulher nos centros de decisão política a dificuldade enfrentada até aqui por Dilma em reverter a preferência da maioria do eleitorado feminino por Serra, registrada nas pesquisas. E no Brasil há mais eleitoras (69,4 milhões) do que eleitores (64,4 milhões).

Mas isso é problema dela. O do País é frear as violações acintosas da lei eleitoral pelo governo Lula.
Por Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 16 de julho de 2010

VERGONHA, VERGONHA, VERGONHA

Veja o vídeo e tire suas conclusões.
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ASSIM AGE A PETEZADA

KAFKA? GEORGE ORWELL? NÃO! É COISA DE EXTRAÇÃO BEM MAIS VULGAR: É SÓ DUTRA, O PRESIDENTE DO PT, PENSANDO ALTO

A violação ilegal do sigilo — fiscal, bancário ou de comunicação — de qualquer cidadão da República, praticado por agente do estado, constitui um crime mais grave para a ordem democrática do que o roubo de larápios. E essa é uma das razões por que a Constituição não se ocupa da ladroagem — de que vários outros códigos dão conta —, mas se ocupa, sim, de garantir os sigilos. A violação é, assim, um crime contra a Constituição. Se é praticado contra um indivíduo, é praticado contra todos. Se podem fazer isso com Francenildo Pereira ou com Eduardo Jorge, quem está seguro?

O sigilo integra os direitos essenciais dos indivíduos, que aceitam a existência do Estado como ente capaz de regular as demandas de todo mundo sem ferir os direitos de ninguém. Caso se permita que esse Estado, gerido por um governo, açambarque as vidas privadas, seremos, então, reféns de ambos. Estado e governo são meios; a proteção dos direitos individuais é a finalidade. Os indivíduos são os senhores de ambos, não o contrário. Nos Estados Unidos ou em qualquer democracia européia, o sr. Otacílio Cartaxo já estaria rimando subserviência com tapete em outra freguesia. Não pela quebra ilegal do sigilo de Eduardo Jorge, mas pelo, não há outra palavra, cinismo demonstrado em depoimento ao Senado. Alguém deve lhe ter dito: “Fique tranqüilo; nada tema; nos garantimos”.

José Eduardo Dutra, presidente do PT, classificou ontem a questão de “sopa requentada”. Já explico a natureza dessa avaliação. “Nós não temos nada a ver com isso nem orientamos ninguém a fazer isso”. Se orientaram ou não, isso eu não posso jurar. Mas posso assegurar que o PT “tem tudo a ver com isso” porque os dados fiscais de Eduardo Jorge estavam com petistas, que os utilizavam para fazer mais um dossiê — o outro, nestas eleições, como sabem, era contra o presidenciável tucano, José Serra.

Quem apareceu metido naquela operação? Luiz Lanzetta, então chefão da área de comunicação do comitê de Dilma Rousseff e subordinado a Fernando Pimentel, braço direito da candidata. Mas os petistas, obviamente, não “tem nada a ver com isso”.

Dutra fez outra afirmação fabulosa: “Fizemos o que podia ser feito dentro de um Estado de Direito: abrimos processo contra o Serra e pedimos a investigação pela PF”. Entendi: o papelório estava nas mãos da escória petista, Lanzetta se reuniu com arapongas para cuidar do tal dossiê, e o presidente do PT diz que já fez a sua parte: PROCESSAR A VÍTIMA. Kafka? George Orwell? Não! É literatura do absurdo ou distopia de bem mais baixa extração. São só os petistas em ação.

Dutra citou a PF? Muito bem lembrado. Está fazendo quatro anos que os aloprados foram presos tentando fabricar outro dossiê contra Serra. Na operação, foi apreendida uma mala de R$ 1,7 milhão, carregada por Hamilton Lacerda, então braço direito de Aloizio Mercadante, agora, como antes, candidato ao governo de São Paulo. Na apuração da lambança, apareceram um compadre do presidente, amigos seus da CUT, seu segurança pessoal, um diretor do Banco do Brasil filiado ao partido… Convenham: o sujeito precisa ser muito antipetista para dizer que o PT tivesse algo a ver com aquilo, certo?

Por que Dutra está tão tranqüilo
O presidente do PT parece falar com calma e segurança. Não é por acaso. Saibam que o inquérito para apurar responsabilidades no caso dos aloprados praticamente acabou. Não vai dar em nada.

A Folha informou em abril onde andam os aquinhoados pela sorte. Estão todos felizes, lépidos e soltos. E subiram na vida. Hamilton Lacerda, é verdade, foi indiciado por lavagem de dinheiro — cuja origem se desconhece. Bobagem! Café pequeno. Virou “empresário” na Bahia da área de reflorestamento e está de volta ao partido. Ganhava R$ 5 mil como assessor de Mercadante. O capital social de sua empresa é de R$ 1,5 milhão.

Jorge Lorenzetti, que já foi uma espécie de tutor de Lurian, filha de Lula, e pertencia à cúpula da campanha à reeleição do presidente, também cuida de negócios — responde por um débito de R$ 18,1 milhões no Banco da Amazônia. Não está sofrendo por isso. Osvaldo Bargas, amigo pessoal de Lula e ligado à CUT, é dono de uma consultoria em Brasília, a MB. Tem como sócio o filho Helder, que está longe dali: é assessor de Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo — à época, Marinho era ministro de Trabalho, onde Bargas exercia cargo de confiança. Marinho foi quem levou Hamilton, o da mala, de volta ao PT. O porteiro do prédio onde fica a “empresa” de Bargas diz que ele nunca aparece por lá — só para pegar correspondência…

Já a história de Expedito Veloso, o tal diretor do Banco do Brasil, é ainda mais exitosa. Quanto estourou o escândalo, ele ocupava cargo de confiança: diretor de Gestão e Risco. Voltou ao banco como simples gerente. Mas já foi promovido a diretor-superintendente da subsidiária BB Previdência, em setembro de 2008. Administra 41 planos de Previdência Complementar, com ativos de R$ 1,37 bilhão.

Como a gente nota, havendo fidelidade ao chefe, ninguém fica na chuva. É um modelo que teve o seu auge na Sicília.

Dutra já antevê que tudo vai ficar por isso mesmo. E chama a violação não do sigilo, mas da Constituição, de “sopa requentada”. Garantida a impunidade, a transgressão à lei virou, para esse petistas, um modo de ascensão social.

Mas Dutra avisa: “Já processamos o Serra”.

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terça-feira, 13 de julho de 2010

LEIAM ISSO, PARA O BEM DO BRASIL

Vale a pena ler isso

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVnOpChajg3z78g215VmrX293qkJSCdahyphenhyphenJpoi1OEX0BR43g9EQmEoszZIcbMkS0onAgPSogVET2nBlK7cANvxyYSaI98VAfW6nB3V_WjT7TinAeWarrN7lrgvzfmjlCpRgy4J-ZkVV398/s1600/A+Outra+Imagem.jpg

terça-feira, 6 de julho de 2010

AS INVENÇÕES BRASILEIRAS NA CBF

Desenvolvendo um pouco mais sobre o Brasil fora da copa, é possível perceber que a CBF não "queria" ganhar esse mundial, desde a escolha do grande "técnico" Dunga. Sempre o Brasil não "quer" ganhar a copa inventa um técnico. A partir daí vem as invenções do inventado. Foi um festival de invenções, ou alguém acha o Felipe Melo craque? Grafite, outra invenção do inventado, saiu do laboratório na última hora. O inventado inventa Michel Bastos e tantos outros. Goleiros, o inventado deixou pelo menos uns trinta bons no Brasil e levou para a reserva de Júlio Cesar dois super goleiros: Doni e Gomes. O que aconteceu? Júlio Cesar se machucou e não tinha reserva para ele. Foi vexatório ver o nosso goleiro jogar com uma faixa protetora na cintura porque não tinha reserva à altura, só porque o inventado inventou dois reservas para essa posição de especialistas.

Agora a CBF está falando em novo técnico. Pelo técnico que o Imperador Ricardo Teixeira escolher, ou inventar, saberemos qual é a intenção para a Copa de 2014, disputada aqui no Brasil varonil.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

EU JÁ SABIA!!!

Escrevi aqui tempos atrás - podem procurar - que o Brasil não iria ganhar a copa da África. Quem leu - foram poucos - me falou que estava com mania de perseguição ou que se tratava de teoria conspiratória. Mas não era. Eu simplesmente estava analisando o negócio futebol. E naquele post eu falava que se o Brasil ganhasse esta copa, não ganharia a de 2014, pois isso não é bom para o negócio que a FIFA toca. E a seleção brasileira, por óbvio, não iria querer perder a oportunidade de ganhar uma copa disputada no Brasil. Daí, é só ligar cré com cré para se chegar à conclusão de que o Brasil não iria ganhar a copa da Àfrica.