Noutro dia vendo uma entrevista do Pedro Malan, ele disse que quase todos da equipe econômica do Governo FHC estão tendo que se defender em ações na justiça em função do PROER. As pessoas que propuseram essas ações foram essas mesmas que tomaram de assalto o poder no Brasil, com promessas falsas e “bolsa-esmola”.
Como todos sabemos, o PROER foi uma engenharia financeira desenvolvida pela equipe econômica da época com o propósito de evitar uma quebradeira no sistema financeiro, que, caso acontecesse, teria levado o país para o buraco. Mas o PROER não foi uma medida isolada. Ela fazia parte de um contexto. Naquele momento o Governo FHC estava criando as bases para o Brasil atingir a solidez econômica que vimos experimentando desde aquela época. Não era cabível tentar lançar as bases de uma economia que se queria sólida, deixando o sistema financeiro, sobretudo o bancário, fraco como se encontrava naquele momento de nossa história.
Neste contexto, o PROER teve que injetar no sistema uma quantia de R$ 23 bilhões de reais para sanear o sistema bancário. Alguns bancos foram extintos, dentre eles o Nacional que, por ironia, tinha como herdeiros alguns netos do Presidente da República. Vinte três bilhões de reais é muito dinheiro em qualquer lugar do mundo. Gastar esta fortuna para salvar um setor da economia que sempre surfou na onda dos lucros fáceis da ciranda financeira era demais para a “esquerdofrênia” brazuca. Então, dê-lhes ações na justiça.
O mundo gira, os “éticos” assumem o poder. Balanço do Banco Central de 2006, só para fixar um ano, prejuízo operacional de R$ 13 bilhões de reais, mais de meio PROER de FHC. Como foi atingido este prejuízo? Segurando a inflação, prendendo o dólar em determinado patamar e mantendo a taxa básica de juros nas alturas. Com dólar dominado é possível conter um parte considerável da inflação. Com os juros altos, mantém-se um fluxo positivo de entrada de divisas no país. Para manter o dólar dominado é fácil, pega-se reais, se dirige ao mercado e compra a moeda americana na alta e, quando essa moeda baixar são vendidas e recuperada parte dos reais usados na compra. Ou seja, compra na alta e vende na baixa, exatamente o oposto do mercado. A diferença é prejuízo. Simples assim. Com os juros, o pessoal do cassino trás a moeda para aproveitar o maior do mundo e com isso as reservas aumentam. O efeito colateral é um custo maior de qualquer dívida que tenha como base a SELIC. Tudo junto, deu aquele prejuízo só em 2006. Nos demais anos não foi diferente. Ao longo do governo da turma o prejuízo já alcança alguns PROER de FHC.
Agora veio a crise. O que fez a turma? Injetaram bilhões de reais e dólares no mercado para não deixar o sistema financeiro ir à bancarrota. Como ainda não foi encerrada a fase da injeção, ainda não é possível quantificar o montante de dinheiro do contribuinte que a turma está derramando na praça. Mas já superou em muito cinco PROER de FHC.
Quem se habilita a propor as ações contra essa turma?
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