Quando se observa as eleições atuais, tem-se a impressão que o pessoal do PT está travando uma guerra para não deixar o poder. Isso me leva obrigatoriamente a desconfiar de algumas coisas e a maior desconfiança que me acomete é que o pessoal está com muito medo de deixar o poder. Isso me preocupa muito, pois esse medo pode significar coisas terríveis.
A primeira delas, a menos grave, é que a "cumpanheirada" está com medo de perder suas boquinhas, com salários ou CDSs polpudos. Esse pessoal da república-sindicalista nunca ganhou tanto em suas vidas como agora, ou para parafrasear o "ético-mor" nuncanestepaís eles ganharam tanto. Mesmo descontando o dízimo que o politburo do partido cobra, ainda sobra uma grana que eles não ganhavam em suas fases de sindicatos. Isso, é claro, comparando vencimentos/salários com vencimentos/salários, considerando que eles viviam do que vinha no contra-cheque lá e vivem cá da mesma forma. Sei que muitos vão dizer que sou ingênuo, mas ad argumentandum. O upgrade no padrão de vencimentos se deve porque, em tese, no sindicato eles deveriam receber o mesmo que receberiam no exercício de suas funções na empresa de onde saíram para serem dirigentes sindicais, vale dizer, se trabalhassem.
Agora, o segundo motivo, este muito mais grave, que me ocorre para que a "cumpanheirada" tenha um medo danado de ser apeado do poder, me arremete aos porões. A impressão que fica é que a guerra para continuarem no poder estar sendo travada para que não sejam descobertas a quantidade de coisas não-republicanas que eles fizeram. Só a título de elocubração, imaginem se outros tomem o poder e tentem investigar a sério casos como Lulinha/Telemar, Oi/BrT, Varig/VarigLog, Rafale-Dassault/FA-18-Boeing, cartões corporativos, Banco Espírito Santo e tantos outros que pululam as páginas dos jornais nos últimos oito anos.
Agora imaginem se alguém resolve liberar os órgãos a fazer uma investigação séria sobre a morte de Celso Daniel. Qual a impressão digital iria aparecer no alto da pirâmide. Alguém tem alguma dúvida? Depois de ver o vídeo em que Flanklin Goebbels Martins fala com a maior naturalidade, com certo sarcasmo até, que o embaixador americano seria assassinado, alguém duvida que eliminar alguém, que pode se tornar empecilho, não faça parte da filosofia deles de que "o fim justifica os meios"? Por favor, deixem a ingenuidade para mim. O método do banimento, como Ciro Gomes conhece muito bem, nunca deixou de ser considerado por esse pessoal. O Ciro, felizmente está vivo para contar sua história. Pra ele o banimento foi político. Aplicaram nele o drible da vaca e o deixaram sem condições de disputar as eleições desse ano, tirando-o de Brasília e o enviando para o Ceará. Melhor sorte não teve Celso Daniel. Esse teve o banimento físico. Ciro perdeu um direito político, Celso Daniel perdeu um direito natural, o da vida. Imaginem, então, se alguém assume e resolve liberar o pessoal para investigar a fundo.
Tudo isso são casos amplamente divulgados. E aqueles que a imprensa foi proibida de divulgar? Quais são? Quantos são? O jornal O Estado de São Paulo está sob censura há mais de quatrocentos dias porque ousou publicar umas verdades que constam em processo contra o filho do Coronel Sarney. E os meios de comunicações que, temendo retaliação, ou por adesismo mesmo, nem tentam publicar nada? Quanto deixamos de saber?
Se, então, ganhar alguém que não faz parte da quadrilha, poderá permitir fazer aquilo que deve ser feito: investigar e divulgar todas as sujeiras e, agindo seriamente, iria faltar cadeia.
Isso explica o medo.
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